A Bomba de Balão Intra-Aórtico (BIA) é uma tecnologia amplamente utilizada em terapia intensiva e unidades coronarianas para oferecer suporte circulatório em pacientes com insuficiência cardíaca grave. Como explicado no post anterior, o mecanismo da BIA auxilia o coração a manter o fluxo sanguíneo adequado ao diminuir a carga de trabalho ventricular e melhorar a perfusão coronariana.
No entanto, seu uso exige um rigoroso acompanhamento das indicações, contraindicações e cuidados específicos por parte da equipe de enfermagem.
Indicações da BIA
A BIA é indicada em situações críticas, especialmente para pacientes que necessitam de suporte hemodinâmico enquanto aguardam intervenções definitivas, como cirurgia ou transplante. As principais indicações incluem:
Pós-operatório de cirurgia cardíaca: Quando o coração apresenta dificuldade em se recuperar adequadamente após o procedimento.
Choque cardiogênico: Situação em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para suprir as necessidades do organismo.
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com complicações mecânicas: Como ruptura do septo interventricular ou insuficiência mitral aguda.
Contraindicações da BIA
Embora seja uma tecnologia eficaz, a utilização da BIA possui algumas contraindicações importantes que devem ser observadas para evitar complicações graves. Dentre elas, destacam-se:
Insuficiência aórtica grave: O retrofluxo causado pela bomba pode agravar a condição.
Suspeita de dissecção de aorta: O balão pode aumentar a pressão na aorta, piorando a dissecção.
Distúrbios de coagulação: Pacientes com coagulopatias têm maior risco de sangramento no local de inserção do cateter.
Aneurisma de aorta: A inflagem do balão pode levar à ruptura do aneurisma.
Cuidados de Enfermagem com a BIA
O sucesso do tratamento com a BIA depende diretamente da qualidade do acompanhamento oferecido pela equipe de enfermagem. Os principais cuidados incluem:
Verificação de pulsos arteriais distais
É fundamental monitorar os pulsos periféricos (como o pedioso e o tibial posterior) no membro onde o balão foi inserido. Isso garante que não há obstrução arterial decorrente do cateter.
Avaliação da perfusão do membro
A perfusão deve ser constantemente avaliada, observando sinais como coloração, temperatura e tempo de enchimento capilar do membro. Alterações podem indicar complicações, como trombose ou isquemia.
Monitoramento de sinais de infecção e sangramento no sítio de inserção
O local de inserção do cateter deve ser inspecionado regularmente para identificar sinais de infecção (vermelhidão, calor, secreção purulenta) e sangramentos.
Atenção à diurese
A diurese deve ser monitorada de forma rigorosa, pois a diminuição inexplicada do volume urinário pode indicar complicações renais ou diminuição da perfusão sistêmica.
Conclusão
A Bomba de Balão Intra-Aórtico é um recurso valioso em cuidados intensivos, especialmente em situações de instabilidade hemodinâmica grave. No entanto, seu uso seguro depende de uma equipe bem treinada e atenta a detalhes cruciais, como indicações corretas, contraindicações rigorosas e cuidados constantes com o paciente. A atuação da enfermagem é indispensável nesse processo, garantindo que a terapia traga os melhores resultados possíveis.
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